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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

DIA D@ PSICOLOG@



A Arte de Ser Feliz
Cecília Mirelles

HOUVE um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa e sentia-me completamente feliz.

HOUVE um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém a minha alma ficava completamente feliz.

HOUVE um tempo em que minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias. Eu não podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que a ouvisse,não a entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, a às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu participava do auditório, imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.

HOUVE um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas toda a manhã vinha um pobre homem com um balde e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.

MAS, quando falo dessas pequenas felicidades, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

A todas(os) colegas da psicologia (psicólogas(os) e estudantes) dedicamos essa reflexão em homenagem ao dia 27 de agosto : Dia do Psicólogo. Que todos nós nunca esqueçamos de ver as belezas diante de nossas janelas, elas se abrem para a vida e nos desafiam a contemplá-la e a ser feliz!


Com carinho


Coordenação do Curso de Psicologia

Lançamento do livro do professor Luciano Bedin na III Jornada de Psicologia


Livro do professor Luciano Bedin da Costa, Vidas do Fora: habitantes do Silêncio (Editora da UFRGS, 2010) que será lançado no dia 26 de agosto de 2010, 19hs30min, na III Jornada de Psicologia da SETREM


AS PEQUENAS (MAS GRANDES) PERGUNTAS SOBRE A VIDA(trecho do livro)

Luciano Bedin da Costa*

Ontem, passando por uma senhora que pacientemente limpava a calçada em frente à sua casa, fui invadido por uma grande questão. Na realidade, trata-se daquelas pequenas mas cruciais questões, que as temos quando estamos sobretudo distraídos. O tal questionamento foi o seguinte: O que é, enfim, esta coisa chamada vida? Não raramente falamos de vida para cá, de vida para lá... Ele teve uma vida do cão... Estou de mal com a vida... Um caso de vida ou de morte... A vida é para ser vivida... O certo é que usamos muito a palavra vida em nosso dia-a-dia, utilizando-a nos mais diferentes casos e com as mais diferentes significações. Se formos numa biblioteca ou livraria, provavelmente iremos nos deparar com um sem número de publicações que tratam do assunto. Encontraremos o termo em livros de biologia, de religião, de medicina, de psicologia, dentre outros. Os próprios livros de auto-ajuda, tão vendidos hoje em dia, são repletos de frases e indicações rápidas de como viver melhor nossas vidas. E então, quando alguém nos pergunta como vai a vida, geralmente dizemos que ela vai bem ou mal: vou mais ou menos, estou trabalhando como um cão, estudando à noite, quase sem tempo para fazer outras coisas... (você já deve ter se deparado com uma resposta como esta, ou até mesmo já respondeu algo semelhante). O certo é que consideramos como « nossa vida » as coisas que julgamos estar mais próximas de nós: nosso trabalho, nossa família, nosso estudo. Nossa vida passa a ser aquilo que está enraizado em nossa rotina, que costumamos fazer durante boa parte dos dias e que já nem mais pensamos sobre. Queixar-se da vida é muitas vezes queixar-se da mesmice que parece ser nossa rotina. Aquele que reclama de sua vida está reclamando da forma como ele mesmo está levando sua vida, não da vida propriamente dita. Ora, se observássemos atentamente para as coisas que nos acontecem durante nosso dia, com certeza ficaríamos no mínimo espantados. Há vida em tudo, nas coisas mais maravilhosas e principalmente nas coisas mais banais e ordinárias. Se direcionarmos nosso olhar para isso que vibra ao nosso lado, aquilo que parecia ser a nossa vida passa a tomar uma outra proporção. Nossa vida não será somente nosso trabalho; ela será nosso trabalho mas com todos os inúmeros e minúsculos acontecimentos que fazem parte dele. Nossa vida terá tudo que está dentro do nosso dia-a-dia, e sobretudo o que está fora. O fora, na realidade, é isso que faz parte da vida mas que muitas vezes não é visto ou escutado. Ainda que ele nos alimente, o fora da vida é para nós invisível. Ficamos tão centrados no que parece ser o « importante », que deixamos passar a importância disto que está de fora. Quando caminhamos pela rua afundados aos problemas de nossas vidas, estamos tão fechados para este fora que o mundo inteiro parece ter o gosto de nosso desgosto. Todavia se simplesmente nos distrairmos, se formos tomados por esta fantástica força de distração, ficaremos provavelmente surpresos. Ontem, depois que passei pela senhora a varrer seu pátio, sutilmente virei meu rosto para onde ela estava e me pus a imaginar como seria sua vida. A senhora tornou-se personagem de um romance escrito em meu imaginário. Viver é assim, imaginar-se vivendo com tudo o que está dentro e com todas as imprevisíveis coisas que só acontecem quando nos jogamos para fora de nós mesmos. De toda forma, continuaremos sem saber o que é a vida mas seguiremos experimentando o que ela pode.



*Luciano Bedin da Costa
é professor de psicologia da SETREM, e estará lançando o livro Vidas do Fora: habitantes do Silêncio (Editora da UFRGS, 2010) no dia 26 de agosto de 2010, 19hs30min, na III Jornada de Psicologia da SETREM.

domingo, 15 de agosto de 2010

Curso de Psicologia abre o segundo semestre com confraternização

















No dia 27\07 as(os) alunas(os) do curso de Psicologia foram recepcionadas(os) pelas(os) professores com uma confraternização na sede da AFUSET

Curso de Psicologia da SETREM apresenta trabalhos no 9 Congresso da Rede Unida






Entre os dias 18 a 21 de julho realizou-se na Universidade Federal do Rio Grande do Sul o 9 Congresso da Rede Unida. O Congresso teve como tema: "Saúde é construção da vida no cotidiano: educação, trabalho e cidadania. No evento também foram realizadas outraa atividades como o 1 Fórum Latino-Americano de Gestores de Atenção Básica/ Primária em Saúde/ 1 Fórum Latino-americano de Participação Social em Saúde, Políticas Públicas e Educação Cidadã e o II Fórum Latino-americano de Educação na Saúde. Participaram do evento diversos especialistas do Brasil e do exterior assim como profissionais da área da saúde, professores, estudantes e pesquisadores que apresentaram seus trabalhos e pesquisas na área. A professora Rita Maciazeki coordenadora de Estágio do curso de Psicologia da SETREM esteve no evento apresentando trabalhos elaborados com as alunas do curso.

Encerramento do Semestre com atividade festiva do Estágio de Psicologia









No dia 09\07\2010 SETREM realizou a 1a. mostra de trabalhos de oficinas e 1a. jornada de relatos de experiências de estágio curricular do Curso de Psicologia. O evento foi realizado no Auditório da Escola de Educação Infantil da SETREM.

Foi um momento de comemoração muito festivo em que estiveram presentes a coordenadora do curso Professora Lilian Winter, a Coordenadora de Estágio professora Rita de Cássia Maciazeki Gomes bem como professores orientadores de estágio, tutores de campo, estagiárias e alunos do curso de psicologia. Neste evento festivo realizou-se o fechamento do primeiro ciclo do Estágio.

" Com alegria fechamos o primeiro ciclo do Estágio Básico em Saúde Coletiva, uma trajetória de um ano e meio, que só foi possível pela contribuição de diversos atores, a cada um de vocês nosso muito obrigada!" enfatizou a coordenadora de Estágio da SETREM, professora Rita Maciazeki na abertura do evento.